Cura para os males da alma

Este blog foi criado com a ideia de trazer mensagens de otimismo, experiências de superação, perseverança, caridade, amor e paz. Enfim, energia positiva ou "positive vibration" (Quer saber o porquê deste nome, clique aqui). Fiquem a vontade.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Brandos e Pacíficos

A azáfama do dia cedera lugar a terna e suave tranqüilidade. As atividades fatigantes alongaram-se até as primeiras horas da noite, que se recamara de astros alvinitentes. Os últimos corações atendidos, à margem do lago, após a formosa pregação do entardecer, demandaram os seus sítios facultando que eles, a seu turno, volvessem à casa de Simão.

Depois do repasto simples, o Mestre acercou-se da praia em companhia do apóstolo afeiçoado e, porque o percebesse tristonho, interrogou com amabilidade:

- Que aflição tisna a serenidade da tua face, Simão, encobrindo-a com o véu de singular tristeza?

Havia na indagação carinhoso interesse e bondade indisfarçável.

Convidado diretamente à conversação renovadora, o velho pescador contestou com expressiva entonação de voz, na qual se destacava a modulação da amargura:

- Cansaço, Senhor. Sinto-me muitas vezes descoroçoado, no ministério abraçado... Não fosse por ti...

Não conseguiu concluir a frase. As lágrimas represadas irromperam afogando o trabalhador devotado em penosa agonia. E como o silêncio se fizesse espontâneo, ante o oscular da noite que os acalentava em festival de esperança, o companheiro, sentindo-se compreendido e, passado o volume inicial da emotividade descontrolada, prosseguiu:

- Não ignoro a própria inferioridade e sei que teu amor me convocou à boa nova a fim de que me renovasse para a luz e pudesse crescer na direção do amor de nosso Pai. Todavia, deparo-me a cada instante com dificuldades que me dilaceram os sentimentos, inquietando-me a alma.

Ante o olhar dúlcido e interrogativo do Amigo discreto adiu:

- É verdade que devemos perdoar todas as ofensas, no entanto, como suportar a agressividade que nos fere, quando pretende admoestar e que humilha, quando promete ajudar?

- Guardando a paz do coração - redargüiu o divino Benfeitor.

- Todavia - revidou o discípulo sensibilizado -, como conservar a paz, estando sitiado pela hipocrisia de uns, pela suspeita pertinaz de outros, sob o olhar severo das pessoas que sabemos em pior situação do que a nossa?

- Mantendo a brandura no julgamento - respondeu o Senhor.

- Concordo que a mansuetude é medicamento eficaz - redargüiu Pedro -, não obstante, não seria de esperarmos que os companheiros afeiçoados à luz nova também a exercitassem por sua vez? Quando a dúvida sobre nossas atitudes parte de estranhos, quando a suspeição vem de fora da grei, quando a agressividade nos chega dos inimigos da fé, podemos manter a brandura e a paz íntimas. Entrementes, sofrer as dificuldades apresentadas por aqueles que nos dizem amar, tomando parte no banquete do Evangelho, convém consideremos ser muito mais difícil e grave o cometimento...

Percebendo a angústia que se apossara do servo querido, o Mestre, paciente e judicioso, explicou:

- Antes de esperarmos atitudes salutares do próximo, cabe-nos o dever de oferecê-las. Porque alguém seja enfermo pertinaz e recalcitrante no erro, impedindo que a luz renovadora do bem o penetre e sare, não nos podemos permitir o seu contágio danoso, nem nos é lícito cercear-lhe a oportunidade de buscar a saúde. Certamente, dói-nos mais a impiedade de julgamento que parte do amigo e fere mais a descortesia de quem nos é conhecido. Ignoramos, porém, o seu grau de padecimento interior e a sua situação tormentosa. Nem todos os que nos abraçam fazem-no por amor, bem o sabemos... Há os que, incapazes de amar, duvidam do amor do próximo; os que mantendo vida e atitudes dúbias descrêem da retidão alheia; os que tropeçando e tombando descuram de melhorar a estrada para os que vêm atrás... Necessário compreendê-los todos e amá-los, sem exigir que sejam melhores ou piores, convivendo sob o bombardeio do azedume deles sem nos tornar-nos displicentes para com os nossos deveres ou amargos em relação aos outros...

- Ante a impossibilidade de suportá-los -sindicou o pescador com sinceridade -, sem correr o perigo de os detestar, não seria melhor que os evitássemos, distanciando-nos deles?

- Não, Simão - esclareceu Jesus. - Deixar o enfermo entregue a si mesmo será condená-lo à morte; abandonar o revel significa torná-lo pior... Antes de outra atitude é necessário que nos pacifiquemos intimamente, a fim de que a brandura se exteriorize do nosso coração em forma de bênção.

“Na legislação da montanha foi estabelecido que são bem-aventurados os brandos e pacíficos...

“A bem-aventurança é o galardão maior. Para consegui-lo é indispensável o sacrifício, a renúncia, a vitória sobre o amor-próprio, o triunfo sobre as paixões.

“Amar aos bons é dever de retribuição, mas servir e amar aos que nos menosprezam e de nós duvidam é caridade para eles e felicidade para nós próprios.”

Como o céu continuasse em cintilações incomparáveis e o canto do mar embalasse a noite em triunfo, o Mestre silenciou como a aspirar as blandícias da Natureza.

O discípulo, desanuviado e confiante, com os olhos em fulgurações, pensando nos júbilos futuros do Evangelho, repetiu quase num monólogo, recordando o Sermão da Montanha:

“Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra.

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.”

E deixou-se penetrar pela tranqüilidade, em clima de elevadas reflexões.


Autor: Amélia Rodrigues (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Somente você

Ninguém poderá carregar o fardo de suas dores.

Eduque-se com o sofrimento.

Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência.

Exercite o silêncio.

Ninguém seguirá com você indefinidamente. Acostume-se com a solidão.

Ninguém acreditará que suas aflições sejam maiores do que as do vizinho.

Liberte-se delas com o trabalho de auto-iluminação.

Ninguém lhe atenderá todas as necessidades.

Subordine-se apenas ao que você tem.

Ninguém responderá por seus erros.

Tenha cuidado no proceder.

Ninguém suportará suas exigências.

Faça-se brando e simples.

Ninguém o libertará do arrependimento após o crime.

Medite na paciência e domine os impulsos.

Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta e honrada.

Persevere no dever bem cumprido.

Sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza da vida.

Embora ninguém possa servi-lo sempre, você encontrará um sublime Alguém, que tem para cada anseio de sua alma uma alternativa de amor.

Por você, Ele carregou o fardo do mundo...

Compreendeu os conflitos da vida...

Caminhou com todos...

Socorreu todos que O buscaram...

Matou a fome, saciou a sede e ouviu as multidões inquietas...

Atendeu à viúva de Naim, ao apelo materno em Caná...

Carregou a cruz da injustiça sem nenhuma reclamação...

Perdoou a traição de Judas, desculpou as negativas de Pedro e a ambos libertou do remorso com a concessão do trabalho em novos avatares...

Compreendeu as lutas da mulher atormentada, sedenta de paz; esclareceu o enfático doutor do Sinédrio, sedento de saber; arrancou das trevas o cego Bartimeu, sedento de claridade...

Ensinou que diante do amor todos os enigmas do Universo se aclaram, por ser o Pai Celeste a Suprema Fonte do Amor.

Não se imponha, pois, a ninguém.

Embora você dependa de todos, nada aguarde dos outros.

Receba e agradeça o que lhe chegue e como chegue, ajude e passe...

Aprenda que a luta é a lição de cada hora no abençoado livro da existência planetária, e siga adiante com Ele, que "jamais se escusava".

Marco Prisco (espírito), psicografia de Divaldo Franco. Livro: Ementário Espírita.

O que importa

Notas o desprezo.

O abandono te tortura.

Mas o que importa é tua fé.



Ouves a calúnia.

A falsidade te fere.

Mas o que importa é tua verdade.



Assistes à revolta.

A violência te atinge.

Mas o que importa é teu perdão.



Observas o orgulho.

A arrogância te machuca.

Mas o que importa é tua humildade.



Reparas a inveja.

O despeito te constrange.

Mas o que importa é tua paz.



O importante não é o que os outros pensam, falam ou fazem contigo.

O que realmente importa é tua atitude.


Bezerra de Menezes (espírito), psicografia de Antônio Baduy Filho.

A palavra

Sempre que interrogado a respeito de alguém, fornece impressões positivas.

Na impossibilidade de fazê-lo, porque a pessoa tenha uma conduta irregular, silencia ou elucida com bondade, evitando piorar-lhe a situação ou torná-la mais divulgada.

Não és fiscal do comportamento alheio nem podes imaginar se aquele equivocado de ontem, não se encontra em processo de recuperação.

Sejam tuas a opinião que edifica e a palavra que ajuda sempre.

Joanna de Ângelis (espírito), psicografia de Divaldo Franco. Livro: Vida Feliz

Não estrague o seu dia

Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males.

E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

* * *

Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito Bem.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38, do livro Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Disponível no CD Momento Espírita v. 6 e no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
Em 13.11.2010.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Solidão

Solidão é...

Olhar o telefone, ansioso por um chamado, e ele permanecer mudo.

Ouvir uma música e não ter ninguém com quem associá-la.

Querer dormir muito, para não ter a consciência de que está só.

Não ter ninguém com quem brindar um acontecimento.

Sentir frio e não ter um abraço para aquecê-lo.

Falar alto em casa, para ter a sensação de estar ouvindo algum ser humano.

Ter apenas um prato na mesa, às refeições.

Não ter alguém para lhe abotoar o vestido ou lhe ajeitar a gravata.

Sair de madrugada, tentando encontrar algum conhecido para poder desabafar.

Perceber que não tem um ombro para chorar.

Ler o jornal, durante as refeições, por não ter com quem conversar.

Verificar que a correspondência se resume a contas e extratos bancários.

Nunca ter a quem dizer bom dia, ao acordar.

Não ter quem lhe faça um chá, quando está indisposto.

Não ter a possibilidade de dividir o mesmo desodorante ou a mesma pasta de dentes.

Não ter alguém que lhe impeça o suicídio.

E você? Quando se sente realmente só?

Amar pode dar certo / Robert T. Shinyashiki,Eliana Bittencourt Dumét. 1ª edição – 1988. São Paulo: Editora Gente