Vencido pela profunda angústia da minha mágoa, despertei quando o jovem rosto da manhã, adornado de luz e o mar de nuvens viajeiras, me convidaram para o banquete do dia.
Levantei e percebi que não fora um pesadelo, a presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade.
Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência, ou a ausência da presença, ou talvez seja simplesmente... saudade.
Levantei e percebi que não fora um pesadelo, a presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade.
Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência, ou a ausência da presença, ou talvez seja simplesmente... saudade.
Lá fora tudo respirava perfume, e os braços do vento carregando o pólen da vida, cantavam nos ramos do arvoredo, delicada canção.
Saí a correr para fora, tentando fugir da furna escura dos meus padecimentos.
A presença invísivel do bem amado fazia-me arder em febre de ansiedade, enquanto os pés ligeiros das horas corriam à frente, impondo-me fadiga e desconforto.
Embriagado pela saudade, meu ser ansiava pela paz.
Em vão, tentei exaurir as forças para livrar-me da dor, mas não conseguia libertar-me do punhal da melancolia cravado no coração, e da lembrança da sua ausência.
Quando em fim, a tarde se escondeu ao longe das montanhas altaneiras, outra vez tombei em mim mesmo, extenuado e só.
Naquele momento, desejei que o Todo Poderoso me dominasse com os fortes recursos da Soberana misericórdia, livrando-me de mim mesmo.
Parecia que não mais suportaria o espinho da saudade cravado em meu peito,
já dorido e exausto.
A ausência da sua presença queimava as fibras mais sutis da minh'alma,
e a presença da sua ausência me feria o coração dilacerado e só.
A noite devorou o dia e, ao escancarar a sua boca negra, mostrou a primeira estrela engastada no manto escuro, vencendo as sombras.
Minutos depois, miríades de astros brilhantes, compuseram o diadema da vitória total da luz.
Só então, solitário e meditativo, compreendi como a minha canção de dor chegara aos ouvidos do Criador, que me respondeu em vibrações fulgurantes de esperança a distância.
Só então compreendi que não há escuridão que resista a um simples raio de luz, e decidi acender a chama da esperança em minh'alma.
E só então, pude ouvir o sublime cancioneiro do silêncio e suas melodias repletas de sons e paz,
convidando-me a confiar em seu infinito poder e a entregar-me aos braços suaves da esperança.
Se o manto escuro da saudade pesa sobre os seus ombros, ilumine-o com as pérolas da oração sincera em favor do bem amado que partiu.
Preencha a ausência da presença com as lembranças dos momentos compartilhados nas horas alegres, e confie no reencontro feliz.
FEP
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